quinta-feira, 3 de março de 2016

Exu Cospe Fogo:

Guardião do Reino Umbralino Ígneo. E ssa vida que vou narrar aconteceu no século IV, na antiga Capadócia. Eu me chamava Josué e era um simples aldeão do vilarejo. Nessa época Roma nos comandava e pagávamos altos impostos à Coroa. A maioria de nós se revoltava com essa condição, pois Roma abusava dessa situação e nos tratava como escravos.
Capadócia é um nome de origem hitita e significa "Terra de Belos Cavalos" (Katpadukya) e essa fama era verdadeira, pois criávamos excelentes cavalos de raça. Nossos cavalos eram considerados os melhores presentes e sempre eram dados aos maiores reis e comandantes dos diversos reinos. Isso despertava olhos cobiçosos sobre nós... (http://fuievolteipracontar.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html)
Eu possuía uma pequena ferraria onde realizava consertos diversos, inclusive o ferrageamento dos cavalos. Na época não era costume colocar ferraduras nos cascos dos cavalos, pois muitos achavam que isso machucaria o animal. Então, muitos debatiam se era correto ou não ferragear um cavalo. Em nossas terras isso tornou-se usual e, com o tempo, muitos perceberam a vantagem do ferrageamento.
Durante essa existência eu tive o privilégio de acompanhar de perto uma das histórias mais fascinantes relatada até hoje... Eu conheci pessoalmente Jorge de Anicii, o santo que se tornaria uma espécie de patrimônio histórico da Umbanda! Muitos de vocês não sabem, mas o retrato de São Jorge montado em um cavalo branco combatendo o dragão se deve à Capadócia e uma suas lendas.
Como na Capadócia a criação de cavalos raros era nossa maior riqueza, o cavalo branco era considerado o emblema da região. Jorge era querido e amado por todos e foi presenteado com o melhor e mais belo cavalo de toda Capadócia! O dragão representava para nós o domínio romano e o imperador Diocleciano. A Princesa era a representação de todas as mulheres maltratadas e abusadas durante o comando imperial. E a Igrejinha refere-se a Cristo e à Igreja que foi construída em sua homenagem.
Quando a história de São Jorge aconteceu, muitos dos capadócios estavam inconformados com o domínio romano e resolveram lutar. Eu estava entre eles e fornecia espadas e lanças para a luta. Foi uma dura batalha, que se arrastou por muitos anos e que nunca teve um fim, pois nossa região era perseguida de muitas maneiras e quando uma guerra terminava, outra iniciava. Se saímos do domínio de Roma, caímos em outros domínios...
Eu morri lutando e nunca me arrependi de nada do que fiz. Forneci muitas armas para os meus compatriotas e fui um verdadeiro ferreiro. Hoje, eu sou um Cavaleiro da Ordem de São Miguel e de São Jorge e trabalho há muitos séculos por Eles e para Eles, servindo a Cristo. Também obedeço a Mãe de Todas as Nações: "Maria" - aquela que substituiu a crença na Grande Deusa pela fé em seu filho Jesus.
Nossa missão é resgatar as almas perdidas no fogo umbralino e ajudá-las a evoluir novamente. Também punimos e castigamos aqueles que fazem mal uso da fé e da crença no mundo em que vocês vivem. Somos nós os responsáveis por agir em todas as ações de homens-bomba, terroristas e religiosos que aplicam mal o conhecimento divino. 

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